Uma cidade de Carne e Osso - Maria José Silveira
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Uma cidade de Carne e Osso - Maria José Silveira
Uma cidade de Carne e Osso - Maria José Silveira
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Por acaso, você conhece um bom caso? Orientada por essa pergunta, foi criada uma coleção que, nesta obra, apresenta casos da cidade de interior em que a autora passava férias quando menina - Jaraguá, no sul de Goiás. Mas, como ela mesma diz na introdução do livro, as cidades do interior se parecem muito, com suas praças, igrejas, ruas principais e cemitérios. É de "um tempo quase parado" que ela busca material para esse livro, quer sejam histórias de tradição oral ou inventadas por ela. A história de Tereza Bicuda, por exemplo, ninguém presenciou, ouviu contar, mas todo mundo sabe que..., não teve aquela vez? Tereza Bicuda, uma mulher cheia de maldade, não foi enterrada ao pé da serra, conforme seu desejo. Será que por isso, depois de morta, não deixava ninguém dormir em paz? A obra tem um tom coloquial, que capta o leitor. "Agora vou contar a história..." "Vocês viram hoje à tarde, aquele rodamoinho que deu?" "Olha quem vem lá..." Mas, esse tom nem sempre se mantém, quebrando, em alguns momentos, o clima de cumplicidade e cedendo lugar a um texto mais formalizado, às vezes até abrindo espaços a considerações que poderiam ser dispensadas. Por exemplo: "Tem gente que diz que é milagre. Eu tenho pra mim que não, que é fruto da persistência, uma das maiores virtudes que existe. Quando alguém quer muito uma coisa, e persiste para conseguir o que quer, e persiste fazendo a coisa certa acaba conseguindo (A Fazenda das Três Vaus- pg 36); ou "Mas será que vocês sabem direito quem foi Lúcifer?" (O namorado de Lúcifer - pg 50), seguindo-se a explicação. Apesar dessas interferências, vale a pena conhecer os casos das senhorinhas contadoras de histórias, com seus vestidinhos floridos, "ar distraído e trabalho manual descansando no colo". A obra apresenta uma epígrafe de Cora Coralina: "O passado não volta, nem os mortos deixam suas covas para contar estórias aos vivos". (S.M.F.B.)