
Profissionais de carreira que achavam que podiam fazer tudo, donas-de-casa cujos filhos foram embora, viúvas e divorciadas recentes que enfrentam a solidão: independentemente de idade, classe social, ou estado civil as mulheres (e por que não dizer os homens?) perdem, segundo a autora, a motivação para viver quando se desconectam de si mesmas.
Aos 50 anos Joan chegou a esta conclusão quando instintivamente se negou a acompanhar o marido em uma mudança profissional e se isolou por um ano nas praias e dunas de Cape Cod, em Massachusetts, Estados Unidos. O retiro foi fundamental para que ela escrevesse três best-sellers nos quais narra sua trajetória em busca de uma vida mais autêntica e realizada. Também neste período, a autora trava contato com Joan Erikson, esposa do psicanalista Erik Erikson, e aprende uma série de exercícios inspiradores na elaboração dos workshops atuais. No livro a escritora detalha os passos e motivos pelos quais reúne tais pessoas em Cape Cod cuja meta final é um encontro consigo mesmo transformador.
Para que a mudança ocorra é preciso sentir como usamos mal o tempo em atividades, na maioria das vezes, nada motivadoras. Classificá-las na agenda como exaustivas, compartilhadas ou prazerosas ajuda a clarear os pontos obscuros que impedem a alma de estar mais conectada. Portanto, antes de realizar o retiro, é preciso se dar mais atenção, ter mais compaixão por si próprio, e abraçar com carinho as dificuldades que impedem o crescimento pessoal.
A autora divide o livro em capítulos de acordo com as atividades desenvolvidas no final de semana. Quando recebe o grupo, pela manhã, na sexta-feira, Joan chama a atenção para a necessidade do isolamento e busca descobrir o que levou cada participante para lá. Também quer saber o que cada uma delas deixou para trás quando decidiu fazer o retiro. No caminho do autoconhecimento, recompor-se pedaço a pedaço pode ser estimulante. E durante este período a escritora instiga as mulheres a realizar uma série de atividades que vão ajudar a reconstituição de suas reais motivações.
Entre as atividades lúdicas propostas pela autora está a confecção da colcha de retalhos maluca. Cada mulher leva para a reunião sobras de retalhos, panos, coisas que lembram tanto os tempos turbulentos quanto as épocas maravilhosas de suas vidas. Cada uma delas cria o seu quadrado ou parte da colcha e compartilha experiências. O último dia do retiro é usado para que as metas de mudança percebidas sejam organizadas e colocadas em prática na vida cotidiana. É importante que após as vivências façam uma pausa e se reorganizem de modo criativo. Joan Anderson sugere, por exemplo, que a partir dali as participantes formem grupos afins e passem as experiências adiante.
Em Um fim de semana para mudar a sua vida, a autora Joan Anderson convida o leitor a uma viagem interior intensa cuja trajetória dependerá, também, da experiência pessoal de cada um. O que importa é o encontro ousado consigo mesmo.