CD Pobre Chão - Marcia Cherubin
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CD Pobre Chão - Marcia Cherubin
CD Pobre Chão - Marcia Cherubin
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Marcia Cherubin, por Marcia Cherubin
Nasci em 1963 – Santo André, São Paulo.
Me lembro de cada parede, de cada quintal e de cada corredor das casas onde vivi. Dezoito moradias, dezoito possibilidades, dezoito buscas e encontros…

Sergio Cherubin. Pai, amado pai. Metalúrgico, escritor, poeta. Apaixonado por seu país, por futebol, por suas filhas. Homem de muitas palavras e de tantas histórias que foram ouvidas e lapidadas com muito cuidado…
Tereza Formiga. Mãe, mãe forte, mãe bonita. Mulher de coragem, florista, vendedora, balconista, zelosa, valente, mãe possível…
Maristela. Irmã “Té”. Deliciosa…dessas que adotam corações e alma. Dona de sorriso majestoso, cara de princesinha, cara de Té, Tela, Telinha!
Não tive em casa referências que me influenciaram à música, mas preservo minha sensibilidade em extrair do cotidiano uma inspiração lúcida e poética que magicamente me toma por inteira e faz nascer o milagre da música, um verdadeiro encontro entre letra e melodia que vai dizer algo a alguém em algum lugar…
Adolescência gostosa e lançada aos prazeres do desejo de mudar o que está estático demais e o que não se move há muito tempo… Sonhos coletivos, amigos de fé … amigos a pé… amigos até… Foi aqui que comecei a me sentir pouco à vontade com os ares do mundo, querendo entender as minhas verdades mais íntimas. Querendo passar a limpo um país inviável. E insistir na preservação da utopia. Mas, também foi aqui que engavetei alguns dos sonhos, ao invés de atender aos pedidos da idade. Foi aqui que guardei as primeiras músicas feitas apenas pra que eu pudesse registrar meu olhar para o mundo. Só mais tarde viria a entender a importância de clarear o amarelo envelhecido dos papéis que registraram letras… e tirar o limbo das melodias que insistiram em permanecer inalteradas apesar do tempo…apesar dos ventos…
17 anos de idade. Formação: Psicologia. Profissão? Funcionária das áreas de marketing e vendas de uma multinacional. O barulho da fábrica por anos enfeitiçou minha alma e por repetidas vezes reconstruí meus ângulos nas quinas das noites de trabalho. O apego e a paixão por esta empresa me fez confundir suas paredes e corredores com os cômodos e vãos da minha casa. Hoje percebo o quanto os galpões e porões desta fábrica me foram úteis para solidificar a vida e aprender que é preciso ser o mundo inteiro na vontade de vencer, que é preciso ser a fonte do inesgotável, do impossível e crer que para crescer é preciso vencer o medo que temos de perder. E o melhor: aprender que é preciso cantar tudo isto!
Silvio Lucio Berengani: amor, marido, amigo! Um monte de tudo que é bom, um bocado de delícia, um punhado do melhor do mundo, uma porção daquilo que é mágico, feito pó de pirlim pim pim…soprado ao coração, feito conto de fadas, mas que é de verdade. Que bom que é de verdade! Que bom!
Por várias vezes preferi não ver um Brasil em sobressalto. Por várias vezes abracei bandeiras vermelhas bordadas em verde-amarelo.
Por várias vezes insisti em não entender o universo on-line, globalizado, automático demais… Por tão pouco afoguei a fé na Sé quando um brado retumbante pedia a vontade das diretas. Por tão pouco, permaneceram por muito tempo nos assolando, os fantasmas cruéis na cidade declarada patrimônio cultural da humanidade. Pelo que sou, fingi não ver as fendas nas almas… Fardos e corpos banidos na solidão…

A música me tomou por completo aos 38 anos, quando era preciso reeditar a adolescência num emergente e mágico movimento de retomada dos sonhos.
Era preciso confundir vida e obra…
Pobre Chão
Bairro do Macuco

Passarada
Os Meus amigos
Mulheres
A Chuva
Julia
Fantasia
Os Meus Filhos
Brava Gente
Canto dos Negros
Pedro
Jogo de Dois
Uma História